O ilustrador das capas assinava com o nome de Getúlio. Um grande profissional da pintura, desenho e ilustração, ele devia ser, ou ainda é, mas não sei muito mais informações sobre ele. Um grande amigo meu sabe a biografia de provavelmente todo ilustrador e desenhista de que sem tem notícia. Talvez ele saiba alguma coisa e nos conte eventualmente.
Na década de 1990, um pouco do final da década de 1980, talvez, a Imprima, uma editora de São Paulo, assumiu o mercado de revistinhas de música cifrada, salvo engano. Mas parte da bela arte nas capas já tinha declinado forever. A Imprima usava fotografias públicas dos artistas. O efeito era meio brega mesmo.
Claro que as revistas com as capas legais eram as do meu pai, porque na década de 1980 eu era meio piá e não tocava violão ainda (nasci em 1977). Eu já peguei a fase da decadência em pleno vapor. Junto com a decadência das capas de revistinhas de música cifrada vieram, na época, o Plano Collor, a separação dos meus pais, a experimentação das diferentes formas de fugir da realidade e, com tudo isso, peguei o violão e as revistinhas do pai e me fechei no quarto. Houve quem dissesse que meu refúgio era na música. Ainda é, mas a vida é boa. Acho que a gente se refugia na música, sim, mas se abriga na música antiga protegendo-se da música atual. Talvez... (Voltarei a esse assunto oportunamente, porque há boa música sendo feita atualmente, sim. É necessário saber buscar fora dos meios muito comerciais.)
Minha mãe é dessas pessoas que insistem em colocar no lixo tudo o que "não tem serventia". Mas por alguma razão, entre tantas rebeldias na adolescência, mesmo não conhecendo bem aquelas músicas que meu pai não tocava mais, eu quis guardar as revistinhas. E não é que meio recentemente apenas, com uns trinta anos na cara, que eu comecei a observar que maravilhas de ilustrações eram aquelas? Há imagens que falam por si, e da mão do artista cria-se a beleza.
As músicas das tais revistinhas eu acabei conhecendo ao longo das últimas décadas e, consequentemente, ampliando bastante meus horizontes musicais. E quero conhecer mais, sempre! Letras de música, para mim, são motivo de fascínio. Minto, são razão de viver. Não me imagino num mundo sem música. Sem poesia. Sem o lirismo das lyrics. Não é por acaso que já me arrisquei a compor algumas músicas e escrever algumas letras que, segundo amigos próximos e sinceros, são boas... Mas antes vamos aos compositores e letristas consagrados. E aos poucos, como convém a um blog!
Até a próxima.
Luis Felipe
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