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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Meus primeiros acordes

Essa editora, lá pelos idos das décadas de 1970-80, publicava revistinhas com músicas cifradas. Eu tenho várias guardadas e vou colocando as capas aqui no blog aos poucos, junto com algumas poucas palavras sobre alguma coisa que eu achar pertinente dizer. Lamentavelmente, de mais ou menos uma centena de edições (não sei ao certo), eu não devo ter nem vinte. Não se trata exatamente de uma "coleção completa". Mas dá pra fazer um belo omelete desses ovos, ou uma caipirinha desses limões. Metáfora à escolha do leitor.

O ilustrador das capas assinava com o nome de Getúlio. Um grande profissional da pintura, desenho e ilustração, ele devia ser, ou ainda é, mas não sei muito mais informações sobre ele. Um grande amigo meu sabe a biografia de provavelmente todo ilustrador e desenhista de que sem tem notícia. Talvez ele saiba alguma coisa e nos conte eventualmente.

Na década de 1990, um pouco do final da década de 1980, talvez, a Imprima, uma editora de São Paulo, assumiu o mercado de revistinhas de música cifrada, salvo engano. Mas parte da bela arte nas capas já tinha declinado forever. A Imprima usava fotografias públicas dos artistas. O efeito era meio brega mesmo.

Claro que as revistas com as capas legais eram as do meu pai, porque na década de 1980 eu era meio piá e não tocava violão ainda (nasci em 1977). Eu já peguei a fase da decadência em pleno vapor. Junto com a decadência das capas de revistinhas de música cifrada vieram, na época, o Plano Collor, a separação dos meus pais, a experimentação das diferentes formas de fugir da realidade e, com tudo isso, peguei o violão e as revistinhas do pai e me fechei no quarto. Houve quem dissesse que meu refúgio era na música. Ainda é, mas a vida é boa. Acho que a gente se refugia na música, sim, mas se abriga na música antiga protegendo-se da música atual. Talvez... (Voltarei a esse assunto oportunamente, porque há boa música sendo feita atualmente, sim. É necessário saber buscar fora dos meios muito comerciais.)

Minha mãe é dessas pessoas que insistem em colocar no lixo tudo o que "não tem serventia". Mas por alguma razão, entre tantas rebeldias na adolescência, mesmo não conhecendo bem aquelas músicas que meu pai não tocava mais, eu quis guardar as revistinhas. E não é que meio recentemente apenas, com uns trinta anos na cara, que eu comecei a observar que maravilhas de ilustrações eram aquelas? Há imagens que falam por si, e da mão do artista cria-se a beleza.

As músicas das tais revistinhas eu acabei conhecendo ao longo das últimas décadas e, consequentemente, ampliando bastante meus horizontes musicais. E quero conhecer mais, sempre! Letras de música, para mim, são motivo de fascínio. Minto, são razão de viver. Não me imagino num mundo sem música. Sem poesia. Sem o lirismo das lyrics. Não é por acaso que já me arrisquei a compor algumas músicas e escrever algumas letras que, segundo amigos próximos e sinceros, são boas... Mas antes vamos aos compositores e letristas consagrados. E aos poucos, como convém a um blog!

Até a próxima.

Luis Felipe

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